quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Espelho, espelho meu...


Quem nunca se olhou no espelho e não gostou do que viu? Ou quem nunca tentou agir diferentemente do que é para parecer algo ou alguém que você gostaria de ser? Essas tentações podem ser presentes inclusive para os crentes em Cristo.
A Bíblia não deixa de advertir sobre o exagero da visão humana diante de Deus e das coisas de Deus. O orgulho é veementemente condenado nas escrituras (Leia Provérbios 6.16-19) atraindo para si a oposição de Deus (Tiago 4.6 repetido em 1 Pedro 5.5). Jesus realmente incitou que deveríamos negar a nós mesmos para segui-Lo (Lucas 9.23). Todas essas passagens levam-nos a repensar e relutar para não nos engrandecer. Porém há o perigo de não enxergarmos o nosso verdadeiro valor como homens diante de Deus.

 Nosso valor para Deus

A Bíblia nos revela (e muito enfaticamente) o nosso valor diante de Deus. Desde a criação notamos que Deus já nos criou segundo a sua imagem (Gênesis 1.26) essa imagem não aborda aspectos físicos, pois o Deus triuno não tem uma forma física definida, nossa conformidade de imagem com Deus está nas nossas habilidades intelectuais, capacidades de nos comunicarmos, liberdade de escolhas, conhecimento do certo e do errado e ter responsabilidades administrativas e governamentais para com o restante da criação.

Além de todos esses aspectos, a Bíblia nos coloca como coroados de glória e honra (Salmo 8.4,5) e constantemente nos mostra que esse Deus criador e administrador de toda a Sua criação também revela o Seu amor para nós (João 3.16; Levíticos 19.18; Mateus 19.19; 22.39 entre muitas outras passagens).

Como seres amados por Deus, como cristãos também somos especialmente cuidados por ele: temos anjos para nos guardar, o Espírito Santo para nos guiar e as Escrituras para nos ensinar.

 Orgulho X Humildade

Diante dessas duas visões de orgulho e amado de Deus fica a dúvida: qual deverá ser a visão de mim mesmo diante de Deus? A Bíblia também responde a essa pergunta quando Jesus diz no sermão do monte: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.” (Mateus 5.3) Então para fazer parte do reino é necessário ter humildade, mas o que vem a ser humildade?

Muitas pessoas entendem a humildade é sentir-se inferior que às demais pessoas, porém é importante que essa auto-avaliação seja realist. O orgulho caracteriza-se por um desejo exagerado de ser notado ou receber elogios dos outros. Em essência, o orgulho tenta reclamar para si a glória que por direito pertence a Deus. Já a humildade é a auto-avaliação precisa, sensibilidade às opiniões dos outros, e disposição de exaltar os outros, antes de requerer isso para si mesmo. Para a humildade ser verdadeira é necessário que esta ande junto com uma auto-estima e uma auto-avaliação realista, senão será uma negação do valor verdadeiro que você mesmo tem diante de Deus.

Assim, ao olharmos novamente a nossa imagem no espelho, enxerguemos que a medida do cristão não está no status do mundo, baseado na inteligência, boa aparência, educação, dinheiro, poder e sucesso, mas na nossa história alinhada segundo o projeto e o plano de Deus.

 Esaú

Uma pessoa que aprendeu a moldar-se conforme os planos de Deus na Bíblia foi Esaú que pela tradição do povo da época era a pessoa que iria receber a bênção da primogenitura, porém desde seu nascimento foi prometido por Deus que ele seria servo de seu irmão mais novo, Jacó (Gênesis 25.23). No entanto, tanto ele como seu pai, Isaque procuraram seguir a tradição querendo dar a benção ao primogênito. Por fim, depois de diversos acontecimentos Jacó recebeu a bênção no lugar do seu irmão, levando Esaú a revoltar-se com seu irmão desejando até matá-lo (Gênesis 27.41). Depois de muito tempo com Jacó morando na casa de outros parentes e distante de Esaú, Deus pôde trabalhar no coração de ambos os irmãos, Jacó aprenderia a não mais enganar as outras pessoas para o seu favor e Esaú conseguiu perdoar seu irmão quando retornou para a terra compreendendo que Deus havia um plano mesmo diante de um fracasso na visão da cultura de sua época.

Portanto, como crentes em Cristo e seguidores de Sua verdade, o nosso amor próprio deverá incluir: (1) aceitarmos que somos filhos valiosos para Deus, capazes e dignos de sermos amados; (2) convencermos de que não somos o centro do mundo e (3) reconhecermos que precisamos do perdão e da redenção de Deus. Só assim não cairemos nos perigos de nos orgulharmos diante de Deus e das demais pessoas ou inferiorizarmos abaixo do plano que Deus tem para a nossa vida.

 Que Deus nos abençoe a encontrar o nosso real valor!



Por Roine Sundström

 






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