É estranho, para não dizer trágico, como as pessoas da nossa época e, sobretudo, em nosso país, simpatizam-se com Deus, contudo não se identificam com Ele. Ouvimos sempre as expressões: “Deus te abençoe!”, “graças a Deus!”, “se Deus quiser!”, entre outras, na boca de praticamente todas as pessoas. É algo tão natural falarmos de Deus, mas será que realmente sabemos quem é Ele ou já O experimentamos ou desejamos conhecê-Lo? Identificar, segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa significa: 1. Tornar idêntico. 2. Determinar a identidade. 3. Tomar o caráter de. E é exatamente isso, identificação, que Deus quer daqueles que O invocam, como está escrito em Sua Palavra, a Bíblia Sagrada: “Porque Eu Sou o Senhor vosso Deus; portanto santificai-vos, e sede santos, porque Eu Sou Santo...” (Lv 11:44).
Essa fala do Deus Verdadeiro, cuja existência é aceita por tantos, mostra que para nos identificarmos com Ele, em primeiro lugar, é preciso reconhecer e crer que Ele é O Senhor, não somente o Deus Criador, mas O Soberano, Dono de todas as coisas, inclusive de nossas vidas; em segundo lugar, que só podemos nos aproximar dEle em santidade de vida, que depende de uma disposição pessoal de obedecer à Sua vontade; e em terceiro lugar, que isso é necessário, porque Ele é Santo e não pode compactuar com o pecado.
Porém, para que a segunda condição possa ser atendida, a Bíblia nos mostra claramente que não somos nós que determinamos como ou de que forma se alcança a santidade ou se vive em santidade. Não somos nós que estabelecemos as regras, mas Deus já as estabeleceu.
Além disso, é claro que nenhum ser humano já conseguiu atender a todas as regras do relacionamento com Deus, a não ser um: O próprio Filho de Deus, Jesus Cristo.
Assim é que a maneira de nos identificarmos com Deus passa pela identificação com Jesus, o Verbo que se fez carne e habitou entre nós (I Jo 1:1-14). Vemos que primeiro Deus se identificou conosco, enviando Seu Filho a nós em forma humana, para mostrar Seu profundo interesse em nos aproximar dEle e nos capacitar a viver em comunhão com Ele ainda neste mundo. Aquele que crê em Jesus aceita que é possível ao ser humano viver em santidade.
Como homem, Jesus teve uma família, participou de uma cultura, esteve inserido no sistema sócio-político-econômico de sua época, viveu situações variadas, complexas, dolorosas e até mesmo muito mais desafiantes do que as que vivemos. Ele, embora fosse 100% Deus, tornou-se também 100% ser humano, contudo não pecou. E foi dessa forma que Ele venceu em nosso lugar o pecado, a morte, o inferno, ressurgindo ao terceiro dia após a Sua crucificação, pelo poder de Deus.
Quando entendemos o significado da vida, morte e ressurreição do Salvador, percebemos que não basta crermos na existência de Deus para dizermos que conhecemos a Deus, mas que é preciso uma decisão maior: Não nos envergonharmos de Seu Filho, mas O aceitarmos como a manifestação do caráter, dos valores, dos sentimentos, dos pensamentos, da vontade, da sabedoria , da grandeza e do poder de Deus para salvar (Lc 9:23-26), tornando-O nosso referencial para viver da maneira que nos aproxima de Deus verdadeiramente (Gl 3:26,27). Isso implica em assumir também todo o desprezo, a rejeição, a humilhação, pelos quais Jesus passou, estando entre pessoas que diziam crer em Deus, que falavam em Seu nome, mas que não O reconheceram quando Ele se manifestou, porque viviam apenas como Seus simpatizantes (Mt 5:1-12). Seguir os passos de Jesus é contrariar o sistema vigente no mundo, que se aborrece de tudo o que Deus valoriza.
De fato, Deus não quer ter simpatizantes, os quais honram-No com os lábios, mas têm o coração longe dEle (Mt 15:8). Estes vivem como querem e recorrem a Ele somente quando estão em aflição ou lembram-se do Seu Filho apenas em datas comemorativas de um calendário religioso. Deus quer filhos e filhos semelhantes a Jesus Cristo, aos quais Ele possa se revelar (I Jo 3:1-6). Tantos afirmam: “Deus é fiel!”, mas tão poucos estão capacitados a dizer: “Jesus Cristo é o meu Senhor!”. O Brasil é um país em que os que se declaram “cristãos” são maioria, mas onde estão os “pequenos cristos”?
Por Istéffany Fróes Mendes
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